
Tá lá você na fila pra entrar no Museu da Língua Brasileira. Sabe como é, nessas cidades onde está havendo uma onda de frio: Um calor de bode, maior sol. E gente pra dedéu.
Um prato feito pra versão revisitada daquelas ciganas que antigamente ficavam enchendo o saco, se oferecendo pra ler a mão da gente: Agora são umas senhoras fantasiadas de enfermeiras, com um aparelho de pressão nojento, perguntando com o sorrisinho mais cínico: "vam' tirá pressão, bem?" "tirá pressão é importantch" blablablá.
Consegue pegar o incauto ruivão na minha frente na fila. A tal cigana, digo, enfermeira, vai bombeando o aparelhinho tchuf tchuf tchuf e dizendo: "Cê toma remédio pra pressão, benhê?" e o ruivão, sem graça: "Não..." "Ah, porque sua pressão tá normal, 12 por 8" e emendando (e dá-lhe pressão tchuf tchuf tchuf)... Cê sabe, né, bem, que a gente faz esse trabalho aqui, é volontário, mas nós sempre pede a contribuição das pessoa, porque tirá pressão é importantchuftchuftchuf...."
O camarada, já de saco cheio, (de tanto tchuf tchuf) pega um real a contragosto, se sentindo o próprio otário, e dá pra mulher. Ela, antes toda sorrisos e benhê, se vira numa megera (até nisso igual às antigas ciganas, que rogavam praga na gente que não queria saber o futuro): "Quê? Só isso? Mas é cinco reáu que nóis tâmu querendo por esse serviço, tirá pressão, importantch..."
No que a burra já espanta toda a potencial clientela circundante, atenta ao surreal diálogo, ainda mais numa fila onde não há nada melhor a fazer. E lá vai ela tentar vender sua atividade ilegal mais adiante...
Pensando bem, até que são atividades similares, cigana e falsa-enfermeira: Mesmo approach, sendo que há muito mais chance de acerto em se tentar adivinhar o futuro medindo a pressão do sujeito, do que lendo sua mão: "vinte e três por quatorze, o senhor tem poucos dias de vida..." "dezenove por treze, vejo um homem de branco no seu futuro..."
5 comentários:
Excelente.
O approach é o mesmo de todo o pedidnte, estimulado a agir assim, sem a menor vergonha, porque as orientações de esquerda assim estimulam a população a se comportar.
Diz que não é verdade!
Não é verdade.
Obediente, heim! rsrsrs
Ô...
Esse 171 nunca tinha ouvido falar. Deve ter sido importado do Rio (hehe).
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