sábado, setembro 30, 2006

VOTA, BRASIL

COMO SE HOUVESSE ALTERNATIVA...

Por que e para que o governo (ou melhor, o TRE) gasta dinheiro com a campanha Vota Brasil, se não existe a opção Não Votes, Brasil?
Qual a idéia, aqui? O que pretendem com isso? esfregar a hipocrisia deles na nossa cara??
Quanto gastam com essa publicidade inútil? E quem controla essas contas?
Esse dinheiro não poderia ser gasto em outra coisa?

Puta que pariu!!!, vocês não ficam revoltados por:
1. SEREM OBRIGADOS A VOTAR?
2. E NESSES CANDIDATOS???

Recentemente ouvi / li duas argumentações a favor do voto obrigatório:

(a) se o voto não fosse obrigatório, só a elite pseudo-intelectual votaria. O povão mesmo seria alijado do processo, por alienação ou ignorância.

(b) se o voto não fosse obrigatório, o cabresto prevaleceria, pois iriam às urnas apenas aqueles que trocam o voto por dentaduras, os que crêem se beneficiar com medidas assistencialistas/populistas do tipo bolsa-família e ainda os crentes exortados pelos pastores-deputados. A elite iria aproveitar o domingo na praia.

Pelo que vejo, um argumento anula o outro.

Sempre haverá, no meio do povão, muitos alienados que preferirão iconomizá o da passage, ou num tem cum quem dexá as criança, ou ache que votar não adianta nada.
Sempre haverá, na elite, gente que prefira ir à praia, ou que também ache que votar não adianta nada.
Portanto, representantes das duas categorias - que, diga-se de passagem, não são as únicas existentes num país tão grande, igualmente iriam votar ou iriam se abster.

E pasmos, quase somos obrigados mesmo a concluir que votar não adianta nada, pois, afinal, somos governados e representados por ninguém menos que ... as elites pseudo-intelectuais E (no sentido de COM) os populistas oportunistas aproveitadores do povão ingênuo!!!!

No entanto, assim como não se dorme analfabeto e se acorda doutorado, o fim do voto obrigatório nos faria passar por um processo de aprendizado e amadurecimento que seria tão longo e nos custaria tanto sofrimento quanto a nossa capacidade de suportá-los.

A pior herança dos anos oitenta é o imediatismo do nosso povo. Aquele pânico de se viver com juros de 80% ao mês ainda causa impressão, só pode ser.
Achar que as sequelas de séculos de governos totalitários iriam se resolver assim em poucos anos... é ruim!

Acharmos que o governo do PT, aliás, o próprio PT! achar que iria mudar alguma coisa ou iria ele próprio ser diferente... abandonai toda e qualquer esperança,vós que entrais, é o que deveria estar escrito no aeroporto de Brasília... pois não serão apenas necessárias muitas eleições, e sim muitas encarnações para que mudanças fundamentais aconteçam.

O fim do voto obrigatório, depois de passarmos por eventuais alternâncias de poder entre evangélicos, coronéis, líderes sindicais e pseudo-intelectuais (ou seja, more of the same) poderá nos levar um dia a um amadurecimento que consiga obrigar os políticos a se nivelarem mais por cima, a entenderem quando não estão agradando, a precisarem efetivamente trabalhar e fazer alguma coisa concreta pra poderem se eleger.

Preocupante é ver o povo achar que corrupção é mesmo normal e que não é isso que faz de um político bom ou ruim.
Isso ouvimos tanto das elites pseudo-intelectuais quanto do povão por aí.
Preocupante é ver o povo com clara percepção de que impeachment é solução para toda hora e qualquer coisa, e não um recurso extremo e pra lá de embaraçoso.

E mais: Vocês sabiam que custa apenas a bagatela de R$3,51 a multa por não votar? Baratinho.


9 comentários:

Anônimo disse...

Vc vai a praia amanha?

CrissMyAss disse...

Votando ou não, basta que não chova.

Anônimo disse...

Acho este o maior absurdo de uma 'democracia'.
Plebiscito contra o voto obrigatório já.
Por que já não fazem tudo junto, caraca?

CrissMyAss disse...

Não fazem tudo junto, que é pra gastar mais grana com processo eleitoral, propaganda pró e contra, propaganda do próprio plebiscito, e assim dar serviço e dinheiro pras lavanderias, digo, agências de publicidade, que só conseguem sobreviver graças ao setor governamental ou bancário, o que é mais ou menos a mesma coisa...

Anônimo disse...

Sempre disse, e repito: Essa merda toda só vai ter solução o dia em que conhecermos e sentirmos a cor de nosso sangue .
Não será a morte pela ignorância ou fome que fará com que tenhamos bons e confiáveis governantes.
Chega. Tô di saco cheio.
Mas um beijo foi.
O lugar? Tu escolhe.
Strix.

Frederico disse...

claro que sou contra o voto obrigatório mas Cris... tem gente que, infelizmente, não tem com quem deixar as crianças mesmo. O povo sofre, mais do que vc ou eu imaginamos. No entanto, vota-se mal, volto a concordar. Mas vc acha que os políticos iam matar a galinha dos votos de ouro (o voto obrigatório)?

wilson falchi disse...

Gosto de votar. Talvez porque vivi meu debut como eleitor na época da ditadura. Mas tou contigo. Abaixo o voto obrigatório. Se para o bem ou para o mal não importa. O importante é o princípio. Voto consciente é voto livre.

Anônimo disse...

"O governante máximo desta sociedade perfeita, assentada na Razão, imaginada por Platão no "A República" (Politéia) era o rei-filósofo porque, segundo ele, apenas eles, por serem os que mais próximos estão das idéias do Bem, do Belo e do Justo, têm condições de agirem como os "pastores da sociedade".
Fonte http://educaterra.terra.com.br/voltaire/politica/politica1.htm

Cris,
Ja que estas desiludida com a legislação eleitoral decidi, dado a caridade que marca minha pessoa, ser seu rei-filósofo.
Parece que vc mora no Rio então minha ordem é que vc vote na Candidata Frossard.
Como certamente não és dada a cestas basicas enviarei um tubo de protetor solar como premio de sua obediêcia bem como um traje de banho. Basta vc escolher um entre esses
http://www.cfnt.org.br/hist_taquara/images/dienstmar.jpg

Ah. Qual é o grau de seu protetor solar?

CrissMyAss disse...

Acho que o traje de banho proposto já é suficiente proteção.
E essa Frossard, amigo, não deve passar de um engodo.
Ela quer nos fazer crer que lidar com bicheiros decadentes dos anos cinquenta é a mesma coisa que lidar com o cartel de Medelin.
Macho que só ela.